Alckmin, Aécio e a Reeleição de Dilma Roussef a Presidência da Republica



Alckmin, Aécio e a Reeleição de Dilma Roussef a Presidência da Republica


O árduo caminho que São Paulo tomou junto a esta ultima eleição é de preocupar a qualquer cientista Político. Tiririca, Sergio Reis, Coronéis de todos os níveis, sem contar a histórica reeleição de Geraldo Alckmin que de brinde ainda levou o Senado com uma larga vantagem de Serra sobre um dos mais respeitados políticos do PT são apenas um caminho a se pensar esta eleição.
Primeiro por que Alckmin superou a forte oposição que possui em São Paulo, redutos eleitorais de Petistas em todo São Paulo e grande São Paulo foram achincalhados pelo PSDB. Venceu ainda sem o apoio de muitos intelectuais que declararam seu voto a Dilma, Luciana Genro e outros partidos de esquerda.
Podemos observar que o grande culpado por este fracasso é o próprio PT em São Paulo. São eles mesmos. Primeiro porque Haddad não conseguiu até o momento mostrar seu trabalho como Prefeito. Não que Haddad seja um Prefeito ruim. Em minha opinião é um dos melhores. A Prefeitura Petista possui uma péssima assessoria que é arrogante e não dialoga com o povo e novos e fortes movimentos sociais do maior município do Brasil.
No episodio da greve histórica de 2014 junto aos professores da Prefeitura de São Paulo, fez o que poucos políticos com juízo em ano eleitoral fariam. Ignorou e deixou de dialogar com as principais lideranças da greve. Passou quase dois meses sem receber os educadores que hoje fazem oposição por quase toda a rede.
O certo é que mesmo com estes problemas na educação a rede municipal está longe de ser a pior do Brasil. Um maior dialogo, deve ser iniciado e as mudanças realizadas o mais rápido possível para o bem do partido que disputará as próximas eleições à Prefeitura de São Paulo e que já carrega um ponto muito negativo com os educadores da rede, mas parece que o rojão será estourado as vésperas da próxima eleição. É uma pena.
No episodio que envolve o aumento do IPTU, o avanço para a população mais carente seria surpreendente, mas deixou os meios de comunicação e grandes empresas passarem a idéia de que seria um problema para toda a população. O que não é verdade já que o aumento do IPTU atingiria apenas os locais onde estão grande parte da população da classe média e classe rica de São Paulo formada por um empresariado que iria ter aumentos reais em seus impostos. Com uma péssima assessoria o PT novamente perdeu a grande chance de favorecer a grande massa da sociedade paulista.
No episodio do aumento de tarifas de ônibus já no inicio de sua gestão foi praticamente obrigado a fazer os acertos necessários para a população. O povo saiu às ruas e ditaram as regras, foi mais um ato histórico na cidade de São Paulo. Também houve um erro do PT, pois ao favorecer o povo você ganha, você não perde. Além do mais a história do Partido dos Trabalhadores tem inicio justamente com a ação dos movimentos sociais que impulsionava o Partido e era o alento para uma luta que o próprio PT travava em suas bases.
 A população de São Paulo ao reinvindicar um transporte de qualidade e o valor a se pagar estava e está mais do que certa. Ponto para o povo. Deveria ter sido ponto para o PT, mas a distancia com as bases trouxe uma arrogância que amedronta aos eleitores de São Paulo. Sem dialogo com as bases a sociedade da capital supõe estar diante de mais um partido de direita.
Com as ações como as faixas exclusivas, as ciclovias a população começa a ver seus anseios atendidos. Ações como o Plano Diretor que é ótimo para a população que se colocado em pratica será uma das maiores conquistas da População Paulista.
A todo o momento todos observam tais mudanças com muito cuidado e desconfiança, uma vez que a distancia com os movimentos Sociais apenas consegue afinar como algo ruim para a população e a Prefeitura Petista de São Paulo não consegue falar a voz do povo.
Na saúde Haddad não mostrou a que veio e os bairros da periferia de São Paulo aguardam pelas mudanças que atrapalharam e muito a candidatura do também médico Alexandre Padilha. Mas em outras áreas desmontou quadrilhas dentro da Prefeitura “a máfia dos fiscais” que trabalhavam para as grandes construtoras. Extinguiu a Controlar que cobrava mais um imposto na cidade de São Paulo. Ponto para o PT.
Já com Alkimin, dialogo é utopia. Diferentemente do que acontece com a Prefeitura Petista que historicamente foi ligada as massas, Em São Paulo o autoritarismo predomina em todo o Estado. Já houve tempos de muito autoritarismo no Brasil e o PSDB refunda o autoritarismo em São Paulo como tem feito o Governador Geraldo Alckmin.  
As ações praticadas pela gestão do PSDB envolvem o maior descaso com a população. Na área educacional existe um sucateado sistema que capenga a falência em todas as regiões de São Paulo. A educação e o ensino básico possuem um dos grandes focos de desestruturação no que tange o ensino publico. Cartilhas são distribuídas para ensinar a professor como fazer sua lição de casa junto aos alunos. Salários precários, escolas sem infra-estrutura e alunos em sistema de progressão continuada em fase de mudanças, mas é um caos.
São Paulo possui diversas categorias de Professores do ensino básico, existe uma completa fragmentação que desestrutura todo o sistema de ensino. O tucano investe no fracasso do sistema básico, que ao anular a formação política junto aos seus alunos, distanciam os educadores frente à formação de futuras gerações.
O fato de o Governado ter sido reeleito apenas demonstra o quanto à educação básica está falido e não consegue fazer a critica a um sistema educacional que apenas reproduz: Covas, Fleurys, Serras, Alckmins, entre outros. O fato é que o sistema de reprodução de conhecimento como é o caso do sistema educacional em São Paulo que dá continuidade aos anseios do PSDB e que apenas está a serviço de grandes empresas que despejam rios de dinheiro a cada eleição aguardando como lobos a privatização de parte deste ensino. Nas Universidades o descaso é aparente a maior Universidade da America Lática a Universidade de São Paulo nunca viu tamanho descaso, pouco investimentos em pesquisas e um reitor a serviço da privatização a grandes empresas são apenas dois exemplos da administração do governo do PSDB. 
Vimos os meios de transporte com trens reformados na grande São Paulo, bonitos, modernos, mas um cargueiro humano. Estações até certo ponto bonitas, mas sem condições de atender aos milhões de trabalhadores que alienadamente disputam espaços entre ambos, acotovelando-se e culpando a si mesmo pelo problema do transporte. De certa forma são os trabalhadores que impulsionam o Estado. São estes também os pais dos alunos da falida educação básica.  
Voltando aos trens, as estações construídas com dinheiro publico com parceria com construtoras demonstram duas grandes diferenças. As estações privatizadas são estações modernas, de certa maneira muito bem feitas, conhecem a maneira correta de se fazer quando querem diminuir custos de manutenção. Quando constroem estações para a população, mas que estão fora do sistema privatizado são estações rústicas sem grandes tecnologias demonstrando que para o povo e fora do sistema de privatização o tom é outro. Para o modelo privatizado e lucro de suas corporações existe outro modelo. Basta adentrar a estação da Luz em São Paulo para perceber estas diferenças, damos um salto do século XVIII ao XXI em minutos. Sem contar a precarização dos salários dos trabalhadores que são tratados como bandidos quando reivindicam direitos trabalhistas. Vejamos o episodio que demitiu diversos profissionais da companhia ainda neste ano e que a justiça determinou a reintegração destes trabalhadores aos seus postos de trabalho as vésperas da eleição de São Paulo e que pouco foi divulgado pelos meios de comunicação e pelo próprio sindicato. Que favoreceu a Alckmin.
Com relação à Saúde, basta adentrar um hospital administrado pelo sistema do PSDB para encontrar diversos problemas, sem médicos, sem infra-estrutura adequada é mais um caos do médico Alckmin. Muita propagando com nome de famosos nos Hospitais, mas de fato um sistema que conversa pouco com o Governo Federal e Prefeitura de São Paulo. Por exemplo, as Santas Casas de Misericórdia de São Paulo, falidas e sem dinheiro. Mas pouco se comenta. Uma vergonha para um Governador que antes de mais nada é Médico.
Em relação à Água e Saneamento básico mais problemas. Basta circular próximo a Marginal do Tiete e Marginal Pinheiros para se observar muita bosta e resíduos industriais a céu aberto. Onde arvores plantada às margens tentam persuadir ao olhar dos mais apercebido. Basta circular neste local para sentir o fedor que impera neste local e passar frente à ponte Estaiada, sede de uma das grandes empresas de Telecomunicações que fede juntamente com as noticias e informações que nega prestar a população de São Paulo, camuflando e apresentando dados fictícios relacionados ao desempenho do PSDB em São Paulo.
A água esta no fim, fruto da falta de investimento nesta área. A Sabesp mais uma empresa que possui capital aberto, ou seja, mais uma privatizada em São Paulo. Sem contar que a famosa Eletropaulo (Luz) que também no Governo do PSDB passou para as mãos da iniciativa privada em São Paulo.
O sistema carcerário é o segundo maior do mundo e pelo que se vê no horizonte está correndo atrás do primeiro lugar. O que se viu desde o fim do complexo do Carandiru quando houve o assassinato de 111 presos de forma fria e calculada. Nestes últimos anos houve a transferência de todo o aparato de penitenciarias de São Paulo para o interior Paulista. Diga-se de passagem, distantes e com pedágios em todas as rodovias de São Paulo. Um sistema todo privatizado. Nem é preciso dizer que a falta de investimentos na educação produz outro tipo de demanda para atender aos anseios do modelo capitalista que defende os Tucanos e que o candidato Aécio Neves vê como lucro garantido quando pensa a redução da maioridade penal.
Sem contar o forte e desastrado aparato policial que adentra as periferias de acordo com a demanda de presídios construídos. Policia que vê nos Movimentos Sociais mais uma fonte de investidas assim como no período de Ditadura perseguindo e criminalizando suas lideranças.
Na habitação é um caos, quem não se lembra do Massacre do Pinheirinho em 2012 quando mil e quinhentas famílias (cerca de 8.000 pessoas) foram retiradas violentamente pelas forças policiais de Alckmin, sem contar toda a violação dos direitos humanos. Recentemente ganhou as manchetes entre as diversas que ocorrem no Estado de São Paulo na eternizada Ipiranga com avenida São João no Centro de São Paulo quando tropas de Alckimin retiraram centenas de moradores de forma truculenta, sem respeito e sob o olhar de centenas de pessoas cometendo as maiores atrocidades com os moradores destes prédios e transformando o centro de São Paulo em campo de guerra. Estima-se que o déficit habitacional só na capital de São Paulo ultrapasse a faixa de 400 mil moradias. A falta de dialogo do PSDB com a Prefeitura e Governo Federal neste setor não consegue ultrapassar os meandros burocráticos destas instituições.  
São os novos e antigos movimentos sociais que impulsionam esta demanda habitacional. Mais um setor (Moradia) nas mãos das grandes construtoras que adquirem lote, e realizam o cerceamento de varias áreas de São Paulo. Restando para os pobres sempre a promessa de um novo lar.
Saúde, Educação, Habitação, Saneamento básico, Transporte Publico quase todos os serviços básicos são alvos da privatização do PSBD.
Quanto a Aécio Neves e o PSDB em São Paulo irá investir todas as suas fichas no maior colégio eleitoral do pais, que possui um modelo de privatização que está em sintonia com o modelo capitalista vigente.
Voltando para o Partido dos Trabalhadores, um preço a se pagar para o PT será não perceber que seu maior problema na capital e Estado de São Paulo foi distanciar-se de suas bases. Seu retorno será mais que necessário para a sobrevivência do Partido dos Trabalhadores que sempre carregou a bandeira de ser um partido de esquerda, mas a cada ano carrega a bandeira de centro-esquerda e para muitos já um partido da direita.
Voltar às bases, fazer o caminho da volta, dialogar com suas raízes, re-fundar, refletir, questionar-se, aprimorar-se, desburocratizar-se, ouvir o povo, fazer agora a reforma política, repensar em sintonia com a demanda dos movimentos sociais de todo Brasil será um caminho para se pensar o porquê de tanta hostilidade em São Paulo contra o Partido dos Trabalhadores. Mas o mais importante é fazer seus cabos eleitorais saírem do estado de timidez que imperou nesta ultima eleição em São Paulo.
Compreender e deixar sua arrogância habitual e compreender que Partidos de Esquerda como o PSOL de Luciana Genro e Ivan Valente, entre outros, foram os grandes vitoriosos desta ultima eleição em São Paulo. Seus um milhão e meio de votos não são para se jogar fora. Neste um milhão e meio existe um valor simbólico imensurável. É hora de repensar as bases. Descer do pedestal e voltar a andar entre o povo. Sem contar os mais de vinte milhões de votos com abstenções, brancos e nulos que poderiam ter reeleito Dilma já no primeiro turno. Houve forte presença dos movimentos Sociais quando pregavam o “Voto Nulo” em todo Brasil.
Repensar o PT este é o caminho para a sobrevivência do Partido no Estado de São Paulo. O PT não perdeu para os outros perdeu para si mesmo quando distanciou-se de suas bases e as eleições de São Paulo mostrou o quanto necessita voltar para traz e fazer o caminho da volta na história do PT. Se Dilma pretende se reeleger deverá fazer esse dialogo e mesmo eleita se não o fizer colocará em xeque toda a estrutura do Partido dos Trabalhadores no Brasil nas próximas eleições.
Quanto a reeleição de Dilma bastará mostrar ao Pais as conquistas Sociais que tem mais a ver com seu governo e já será o bastante para derrotar Aécio Neves que com o apoio de FHC irá apenas culpar aos mais pobres pela ignorância e visão Política em diversas partes do Brasil. Afinal tirar milhares de pessoas da extrema pobreza não é tarefa de qualquer partido. O PSDB e o desmonte de nossas empresas publicas deverá ser a alternativa para mais quatro anos em São Paulo, não para o país.

Emerson Souza - Sociólogo é Indígena e Professor da Rede Publica Estadual em São Paulo.
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